sexta-feira, novembro 25, 2005

O 25 de Novembro

30 anos! Como o tempo passa...
Com quase 10 anos, não retive, na altura, qualquer imagem ou ideia da Revolução que nos libertou do PREC.

É natural, o 25 de Novembro não foi uma festa vivida na rua, como o 25 de Abril, que recordo perfeitamente, tal como recordo muito bem o 28 de Setembro e o ambiente que se viveu no PREC, em tardia hora posto termo pelos acontecimentos que hoje festejamos.


Muito por influência de uma secretária do meu pai, nessa altura dizia-me do PPD (mantive-me fiel na preferência até ao fatídico dia 4/12/1980). Dos meus pais, nada, nunca, nenhuma influência directa bebi deles em termos políticos. Criados no ambiente cizento e amedrontado da ditadura, sempre foram ciosamente discretos quanto às respectivas opiniões políticas, que sempre tiveram firmes e esclarecidas, a avaliar pela quantidade e diversidade de semanários que sempre vi (e li) lá por casa: semanalmente O Expresso e O Tempo, com frequência O Jornal (curiosamente O Semanário, em substituição d'O Tempo, entretanto falido, nunca fez sucesso entre nós, ao contrário d'O Independente, de que fui, eu próprio, comprador e leitor fiel desde a 1ª hora) .

O regime democrático saído do tão cantado 25 de Abril não seria possível sem o quase ignorado 25 de Novembro.

Em história não há - ses - Não vale a pena, por isso, imaginarmos o que seria um Portugal em revolução permanente, numa deriva incontrolável para a extrema esquerda, rumo aos amanhãs que cantam, entoados pelas acolhedoras e viris vozes do bloco soviético, chinês, ou mesmo do não alinhado grupo terceiro mundista dos participantes da Conferência de Bandung.

Não percebo, por isso, que raio de má consciência justifica a enorme discrição com que a data é assinalada, oficialmente e na comunicação social.
Quase nem se dá por ela, e sempre são 30 anos, uma data redonda e bonita!

cfr. :
Cronologia desse período, p.e. em http://www.uc.pt/cd25a/cron_po/1975.html
Opiniões em: http://online.expresso.clix.pt/1pagina/artigo.asp?id=24755414
em: http://dn.sapo.pt/2005/11/23/opiniao/a_licao_25_novembro.html
e em: http://portugalcontemporaneo.blogspot.com/2005/11/25-de-novembro-sempre.html
Noutra perspectiva, a opinião do já falecido Álvaro Cunhal, que teve um papel moderador não dispiciendo: http://www.rebelion.org/brasil/030713cunhal.htm
Tabém interessante a perpectiva de um dos actores principais desse período - O então P.R. Marechal (na altura ainda general) Costa Gomes:
http://www.presidenciarepublica.pt/pt/palacio/presidentes/costa_gomes_exp.html

1 Comments:

At 25 novembro, 2005 22:15, Blogger Tóbecas said...

Grande Pedro, sempre em cima do acontecimento. Sim senhor, o 25 de Novembro teve grande importância no Portugal do presente. Não quer dizer que estivessemos pior, estariamos diferentes certamente,pois um grande sangue frio por parte dos militares dos "dois lados", evitou uma guerra civil, que no minimo seria anedótica, após tantos anos de guerra colonial.
Abraço

 

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