quarta-feira, janeiro 25, 2006

Na hora da morte

Ontem morreu-me um tio.
Condoído, rezo para que descanse em paz (como se costuma dizer) ..., e por aquelas que mais sentirão a sua falta.

Mesmo quando se deixa anunciar, e até para as pessoas com fé, a morte é um murro no estômago que nos deixa vazios e nos obriga a tomar consciência da nossa fragilidade humana.
Afecta radicalmente a ilusória segurança das nossas vidinhas e, nesse sentido, pode ser um poderoso indutor de oração, de reflexão e de conversão.

Quem também morreu ontem foi Rui Andrade que, com o irmão, também já falecido, criou e alimentou, durante anos, os «Parodiantes de Lisboa».
Alguém se lembra?
Tempo houve, pela minha puberdade, em que não perdia pitada do humor sarcástico e popular do «Graça com todos», que atravessou gerações e continentes. Aqui está o genérico do programa, a fazer lembrar os Manhattan Transfer. Começaram em 1947, criaram diversos tipos rapidamente adoptados no imaginário nacional - como o Compadre Alentejano - e tornaram-se famosos no então Rádio Clube Português.
Na altura em que os ouvia estavam já na Rádio Comercial, que então integrava a RDP. Aqui (atalho para ouvir um excerto típico do seu humor popular) fica a minha homenagem.
E assim se vê como o tempo passa, inexoravelmente.

Entretanto, segundo a TSF, os EUA, depois de executarem reentemente o milésimo condenado à morte, avançaram mais um pouco no seu aperfeiçoamento civilizacional: - O chefe do Estado-Maior do exército norte-americano - general Peter J. Schoomaker - decidiu aplicar (a partir de 17 de Fevereiro) a pena de morte em Guantánamo e em todas as unidades militares norte-americanas. Até agora, a pena de morte só era infligida, no âmbito militar, em Fort Leavenworth, no Kansas. George W Bush, apoia firmemente a pena de morte.
Infelizmente não é o único!...

P.S. Atento o nome o general e o já proverbial discernimento do Presidente da República dos EUA, é caso para glosar o ditado: quem te manda, sapateiro, comandar tropas, ou tocar rabecão.

2 Comments:

At 25 janeiro, 2006 13:13, Anonymous Anónimo said...

Os meus sentimentos pela perda to teu Tio, pelo menos, enquanto vida terrena. Quanto ao Parodiantes de Lisboa, claro que ouvia e assiduamente. Foram uns autenticos "gato fedorento", para o tempo deles, com a devida margem para o estilo e forma. Para eles foi criada aquela musica - Video killed the radio star.
Tobecas

 
At 25 janeiro, 2006 17:37, Blogger Pedro Cruz said...

Grato.
Está bem apanhada, essa, do video killed... e até vem a propósito do tema do postal.

 

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