sexta-feira, fevereiro 03, 2006

O Islão e a caricatura

Mais do que a incompetência de Bush, ou o voluntarismo de Blair, receio que seja a insensatez e o fundamentalismo dos jornalistas quem mais condenou as futuras relações entre o Ocidente e o mundo Islâmico.
A guerra do Iraque incomodou deveras alguns Muçulmanos, por razões essencialmente políticas. A agressão dos jornalistas indigna a quase totalidade deles - Sunitas, Xiitas, árabes, persas, mouros, malaios, etc..
Parafraseando o Diácono Remédios: - Não havia nechechidade!
Ignorantes e arrogantes, muitos jornalistas, fundamentalistas da liberdade de expressão, parecem ignorar ostensivamente que as legislações ocidentais criminalizam a difamação, a injúria e mesmo o desrespeito pelos símbolos e convicções religiosas.
Elevam a referida liberdade de expressão às alturas de um direito absoluto.
Qualquer um, especialmente se for jornalista ou caricaturista, tem o direito de aliar o disparate à aleivosia.
Não pode ser!
Os jornalistas e editores têm especiais responsabilidades, pelo que se lhes pede especial profissionalismo e competência.
Caricaturar os fundamentalistas islâmicos? Sim senhor, em frente... Caricaturar o profeta Maomé, atribuindo-lhe falsamente doutrinas que muitos, incluindo Muçulmanos, abominam é um insulto e uma estultícia.
Não ver isto é ser cego de todo.
Como podem, então, tais jornalistas, pretender julgar os outros, debitando inanidades do alto da sua coluna e na perspectiva enviesada do seu umbigo…?
Como é evidente isto não legitima em nada a reacção selvagem dos outros fundamentalistas, os Islâmicos.
Sucede que deles nada esperamos…